sábado, 9 de março de 2013

A (incômoda) escolha de ser protagonista da sua vida

Vira e mexe a gente ouve aquele papo das "matérias importantes para a vida que não são ensinadas na escola", né? Direito e psicologia são sempre citados, mas ainda vejo pouca gente se preocupar com a Educação Financeira, que entrou no ano passado na grade curricular das escolas públicas.

Aliás, vou aproveitar para perguntar para a galera que trabalha com ensino: como é que anda isso, hein? Saiu do papel?

Minha impressão é de que as pessoas não atentam para a importância desse hábito porque ele é muito fácil de fazer e acessível a qualquer um. Explico: planejar-se financeiramente não é nenhum bicho de sete cabeças. Bastam dois passos básicos, que todo mundo já sabe quais são:

1. Não gastar mais do que se ganha;
2. Guardar um pouco de dinheiro.

O problema é que duas tarefas tão simples, dependem de dois esforços muito custosos: disciplina e desprendimento.
  • Disciplina porque guardar dinheiro significa determinação, persistência e, principalmente, paciência. Os resultados demooooram e isso fica cada vez mais difícil de entender à medida em que o mundo se torna cada vez mais imediatista (estou passada em perceber o quão rápido eu tenho achado que as piadas, vídeos e memes ficam velhos nas redes sociais);
  • Desprendimento porque guardar dinheiro implica duas coisas: renunciar o consumo de hoje em nome do conforto de amanhã e não colocar o dinheiro como o centro da vida. Será mesmo que você PRE-CI-SA disso hoje para ser feliz?
Assisti hoje, por acaso, a um programa na TV Cultura que ainda não conhecia: chama-se TV Educação Financeira e passa todo sábado às 14h. Para quem não está em casa nesse horário (afinal, "sááááábado de Sol", né gente? :), eles têm um portal em que reúnem alguns programas anteriores. É bem bacana e dinâmico. Os vídeos duram menos de 20 minutos. Assistam aqui, vale a pena!

A arte de falar o óbvio
Quem vem acompanhando meus textos aqui no blog e no Yahoo!, sabe que estou me aventurando há pouco tempo nesse mundo de escrever sobre Planejamento Financeiro. Preciso confessar que vira e mexe tenho ficado com a impressão de que estou falando o óbvio para as pessoas. Mas fico feliz cada vez que vejo um especialista falar sobre Planejamento Financeiro. Esse trabalho parece ser justamente falar o óbvio para as pessoas.

Por exemplo, a convidada de hoje do TV Educação Financeira falou de algo supersimples, mas que deve ser a principal motivação para quem está querendo sair da zona de conforto e adotar o planejamento financeiro em sua vida:

"Quando a gente tem nossas finanças sob controle, a gente se torna protagonista da nossa vida. Isso quer dizer que a gente consegue conduzi-la e deixa de ser obrigado a apenas se adaptar às circustâncias."

Isso é quase filosófico, não é não? E tem gente que ainda acha que Finanças é coisa só de gente de Exatas. :) Hahaha.

Achei o comentário dela muito feliz porque reflete total nossa relação com o dinheiro. Estamos acostumados a pagar parcelas e a usar o cartão de crédito como extensão do nosso salário, porque ele "nunca dá pra chegar no fim do mês". Estamos habituados a ser consumidos pelos gastos sem fim do dia a dia, então, quando temos a primeira oportunidade, gastamos, gastamos e gastamos como se não houvesse amanhã, afinal, precisamos ter alguns prazeres nessa vida além de pagar contas.

Abrimos mão de sonhos e planos, achando que isso é coisa "para quem tem dinheiro", e achamos isso normal. Nos conformamos e pronto: aceitamos que "a vida é assim".

Mas não é, gente. Nossas finanças são uma das pouquíssimas coisas dessa vida em que podemos ter algum controle, por mais incrível que isso pareça. Mas, para isso, precisamos deixar de navegar ao sabor da correnteza e assumir as rédeas. Precisamos aprender a ser protagonistas.