segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Planejamento Financeiro... Só para mulheres!

Ganhei uma coluna no Yahoo! Falo sobre Economia e ainda por cima diretamente para as mulheres. Poderia ser melhor? :)

Seguem aqui as duas primeiras colunas. A segunda começa a tratar do tema das caixinhas, que eu fiquei devendo aqui no blog. As próximas seguirão nesse assunto, trazendo dicas sobre como incorporar o Planejamento Financeiro na vida, sem utopia, nem sofrimento... E o melhor: sem deixar de curtir o hoje!

Enjoy!

Compras de fim de ano: alegria ou tristeza?
http://br.financas.yahoo.com/noticias/compras-fim-ano-alegria-ou-tristeza-112700090--finance.html

Planejamento financeiro só para mulheres: você controla suas finanças e chega de vice-versa!
http://br.financas.yahoo.com/noticias/planejamento-financeiro-para-mulheres-voc-controla-suas-finan-132800930--finance.html


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aposentadoria

Planejamento é a chave para a maior parte dos problemas financeiros por que passamos (e ainda passaremos!) nas nossas vidas. Não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, mas a verdade é que esse termo é pouquíssimo conhecido pela população brasileira e não apenas nas classes sociais menos favorecidas.

O primeiro mito é que é necessário ganhar muito dinheiro para garantir uma vida financeira mais tranquila. Na verdade, o pulo do gato é, ganhando muito ou pouco, saber como administrar o seu dinheiro. Investimento não é mérito de gente rica, mas sim a melhor escolha das pessoas inteligentes. E a chave é a informação: a educação financeira.

O ideal é, desde o primeiro salário que recebemos na vida, já começarmos a pensar em três "caixinhas" de investimentos. Já faz tempo que você recebeu seu primeiro salário? Não se preocupe! Todos os dias temos a chance de começar a fazer as coisas de uma forma diferente. :)

Em ordem de prioridade, hoje vou falar da caixinha mais importante. A primeira coisa que você deve pensar quando começar a ganhar dinheiro é na sua aposentadoria. Quanto antes você começar, menor será o peso no bolso todos os meses desse investimento que irá garantir diretamente seu bem estar futuro. Esse é o primeiro e o mais importante investimento das nossas vidas.

INSS:

Dos trabalhadores de carteira assinada, é descontado automaticamente em torno de 10% do salário bruto* como forma de contribuição do INSS. Os autônomos também têm a opção de contribuir por conta própria com a Previdência Social.

Vale lembrar, entretanto, que a aposentadoria que será recebida (após 35 anos de contribuição dos homens com mais de 65 anos e após 30 anos para as mulheres com mais de 60 anos) não corresponde ao salário recebido ao longo da vida profissional. Hoje, o teto da aposentadoria não chega a R$ 4 mil.

O Portal Exame disponibiliza uma ferramenta bem bacana para termos uma ideia de como funciona o cálculo da aposentadoria pelo INSS. Clique aqui para ver.

Previdência privada:

Há diversas opções de planos de previdência privada no mercado, para todos os bolsos e gostos. O dinheiro que aplicamos mensalmente vai para um fundo de investimento, que conta com um gestor. De acordo com o perfil do plano contratado, esse gestor irá investir os recursos aplicados em produtos de renda fixa (como títulos públicos) ou variável (como ações).

A contribuição mensal também é variável. Hoje em dia há planos bastante acessíveis, com contribuições iniciais a partir de R$ 50,00. É importante sempre ter em mente que esse tipo de investimento é aquele com o qual você não pode contar no curto prazo (para o curto prazo, acompanhe os próximos posts com as outras duas caixinhas!).

A ideia é investir no seu futuro e não mexer no dinheiro até o futuro chegar. Tanto que há planos em que se você resgatar o dinheiro aplicado antes do período combinado (geralmente de 20 a 30 anos), a mordida do Imposto de Renda é maior.

Não tem receita de bolo para escolher o melhor plano de previdência. O negócio é pesquisar as opções disponíveis em seu banco e conversar com seu gerente. Ele vai ajudar, por exemplo, a identificar se seu perfil é mais conservador (gosta de correr menos riscos) ou arrojado (risco maior, mas possibilidade de rendimentos também maiores).

A regra geral é que quanto antes você começar a contribuir com a previdência privada, maior pode ser o risco assumido, uma vez que você terá mais tempo para se recuperar de eventuais perdas. E, no longo prazo, o retorno da renda variável costuma ser maior que o da renda fixa.

Outras duas ferramentas bacanas do Portal Exame podem te ajudar nessa pesquisa:

  • Aqui, há sugestões dos planos mais indicados para você, oferecidos por diversas instituições financeiras. Basta preecher algumas informações sobre o que você procura e os recursos disponíveis;
  • aqui você tem um simulador sobre o quanto precisaria investir para receber a aposentadoria que almeja daqui a um determinado período de tempo.

Vale a pena conferir! Depois me digam o que acharam.

Em breve, vou escrever sobre as próximas duas caixinhas: a de curto prazo (ou emergências) e a de médio prazo (projetos).

* O valor máximo descontado passa um pouco de R$ 400. Por maior que seja o salário, esse será o valor máximo cobrado.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Merchan: Meu trabalho no Yahoo!

Como faz tempo que não escrevo por aqui (a vida tá doida! Estou com vários frilas), vou fazer um merchanzinho do meu trabalho no Yahoo:

http://br.financas.yahoo.com/noticias/saiba-quais-foram-os-piores-investimentos-2012-aqui-182900840--sector.html

E a boa notícia é que agora eles me convidaram para ter uma coluna semanal. ;) Em breve dou mais notícias.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Depois dos bancos, o setor elétrico. Qual será o próximo alvo de Dilma?

Goste ou não goste da Dilma, não dá pra negar que ela tem mexido em alguns vesperos. Após uma campanha de redução histórica de juros iniciada pelos bancos públicos e acompanhada de perto pelos privados (que cá, entre nós, não tinham outra opção), o novo alvo da nossa presidenta é o setor elétrico.

Na véspera do feriado de 7 de setembro, ela entrou com tudo em um pronunciamento oficial no horário nobre da TV brasileira (bem no intervalo de #Oioioi, logo, com garantia de público) antecipando o que seria um "marco para o setor elétrico brasileiro". De fato, os detalhes do plano de redução de tarifas para o setor elétrico, divulgados hoje, realmente surpreenderam e foram bem recebidos por diversos setores da economia. As novas tarifas serão aplicadas a partir de 2013.

Para nós, consumidores domésticos, a queda das tarifas será de 16,2%. Quem paga hoje R$ 100 de conta de energia, passará a pagar algo em torno de R$ 83,80. Para as indústrias, a redução será entre 9% e 28%, dependendo da tensão. Consumidores de alta tensão, como as indústrias de aço, alumínio e cimento, serão as mais beneficiadas.

Três frentes de atuação do governo possibilitarão essa redução nas taxas:

  1. Eliminação e redução de impostos;
  2. Renovação das concessões de geração, transmissão e distribuição, vinculada a um comprometimento das empresas com critérios de qualidade;
  3. Investimento anual bilionário no sistema elétrico.

Redução de impostos
Os críticos apontam que havia espaço para uma redução ainda maior nos preços. Há 13 impostos incidentes sobre as tarifas de energia e apenas dois foram eliminados e um reduzido. De qualquer forma, qualquer redução de impostos em um país tradicionalmente conhecido por uma das maiores cargas tributárias do mundo é uma boa notícia. Ainda mais se o ministro da Fazenda Guido Mantega cumprir a promessa de que não haverá aumento de impostos em outros setores (como o de combustíveis) como forma de compensação da desoneração do setor elétrico.

Renovação de concessões
Já há alguns meses as empresas do setor elétrico estão com a pulga atrás da orelha com a proximidade do vencimento de suas concessões, que acontecerá entre 2015 e 2017. Elas aguardam avidamente a decisão pela renovação das concessões pelo governo para conseguirem prorrogar seus serviços por pelo menos mais 30 anos. Aproveitando esse calcanhar de Aquiles, o governo sinalizou, sim, junto à redução das tarifas, a intenção de renovar as concessões. Entretanto, como contrapartida, as interessadas deverão apresentar planos de melhoria para o setor elétrico brasileiro. Toma lá, dá cá!

No segmento de geração de energia, cerca de 22 mil MW estão por vencer e a Eletrobras fornece a maior parte deles. Em transmissão, há mais de 85 milhões de quilômetros vincendos e a Eletrobras também possui a maior participação. Por fim, no segmento de distribuição, as concessões a vencer representam 35% do mercado consumidor de energia brasileiro. Desses, 67% são de concessionárias estaduais e 24% também da Eletrobras.

Só para constar, as ações da Eletrobras desabaram no pregão de hoje, acompanhando o movimento das demais ações do setor que são negociadas na bolsa. Alguns analistas explicaram a queda de hoje (que já vem de alguns dias atrás) pelas "incertezas" em torno desse anúncio. Talvez. Mas que as empresas do setor elétrico terão que abrir o bolso para receber as novas concessões, ah isso vão!

Investimentos
O governo comprometeu-se em injetar anualmente R$ 3,3 bilhões no setor elétrico, uma tentativa de compensar o chororô das empresas do setor.



É claro que nem tudo são flores nessa história. Ainda há muito por fazer. Mas, ainda assim, achei muito positiva mais essa ousadia do atual governo que, certamente, deve estimular o crescimento econômico do país (e o governo é um dos principais interessados nisso, lembram? Se não, veja o post sobre a relação da taxa Selic e o PIB brasileiro). Infraestrutura precária e impostos absurdos são os dois maiores entraves para a economia brasileira. Hoje a Dilma deu um tapinha nos dois. Ponto para ela!

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A taxa Selic caiu? - Parte II. Bom para sua poupança!

Na semana passada, falei sobre a nova queda da taxa Selic para 7,5% (lembra? A taxa Selic caiu de novo. E o quico?) e alguns dos impactos desse cenário de queda de juros sobre o crescimento da economia do país. Mas tem mais um fator importante que deve ser analisado nesse contexto: nossos investimentos pessoais. Quem lembra das mudanças nas regras da poupança anunciadas pelo governo em maio?

As novas regras valem apenas para os depósitos realizados a partir do dia 4 de maio. Sempre que a Selic for igual ou menor a 8,5% (como ocorre atualmente), o rendimento mensal da poupança será de 70% da Selic + TR.

  • TR é a taxa referencial. Ela foi criada no governo Collor com o objetivo de dar uma perspectiva para os juros nos 30 dias seguintes. Essa era uma forma de proteção contra a inflação, muito elevada na época, corroendo os retornos dos investimentos. Hoje em dia, a TR é calculada com base na remuneração média dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de um mês emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil. Quer saber mais?
  • É importante saber que quando a taxa Selic está abaixo de 8,2%, o valor da TR tende a zero!

Para os depósitos em poupança anteriores a 4 de maio, a regra antiga ainda vale: rendimento de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) + TR (que no cenário atual, tende a zero). Na prática, isso significa que quem possui dinheiro na poupança depositado antes do dia 4 de maio, tem hoje um investimento que funciona praticamente como uma renda fixa, com garantia de retorno de 6,17% após um ano.

Já quem deposita na poupança hoje (assim como todos os que aplicaram a partir de 4 de maio), tem um retorno estimado de 5,25% após um ano (70% da taxa Selic, que está em 7,5%, e sem TR, que tende a zero). Precisamos lembrar, entretanto, que estamos em um ciclo de alívio monetário (se você não sabe o que é ciclo de alívio monetário, é porque não leu meu post anterior!), logo novas quedas da taxa Selic não podem ser descartadas.

E você já entendeu o que isso significa? O rendimento da poupança tende a cair ainda mais! O que fazer, então? Fuga da poupança? Fuga para as montanhas? Não necessariamente. Uma reportagem divulgada no Valor Econômico de hoje (veja aqui) mostra que a poupança tem atraído investidores de renda mais alta, com aplicações superiores a R$ 10 mil.

Com a taxa Selic mais baixa, o rendimento de todos os investimentos cuja remuneração está atrelada a essa taxa, como os fundos de renda fixa, o CDB e os títulos públicos, tendem a cair. E vale lembrar que nesses outros tipos de investimento, seu rendimento terá uma mordida do Imposto de Renda e, no caso dos fundos de renda fixa, também da taxa de administração.

Assim, quem tem seu rico dinheirinho na poupança, não precisa, por enquanto, pensar em mexer nele tão cedo se não precisar. Nesse cenário de queda de juros, os investimentos em renda fixa devem continuar pouco atrativos por algum tempo.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A taxa Selic caiu de novo. E o quico?

Os veículos de comunicação dão grande destaque para todas as chamadas decisões de política monetária do Banco Central, que englobam uma série de medidas, mas principalmente as alterações na taxa básica de juro brasileira, a Selic.

  • A Selic serve como uma referência para todas as taxas de juros praticadas no Brasil;
  • Já a política monetária está ligada à liquidez do sistema financeiro de um país, ou seja, a quantidade de moeda em circulação (o dinheiro que a gente deposita e empresta do banco, por exemplo).

Periodicamente, o Copom (Comitê de Política Monetária), órgão ligado ao Banco Central, reúne-se para discutir a política monetária brasileira e avaliar se é necessária alguma alteração na taxa Selic. Ontem aconteceu uma dessas reuniões e a decisão foi uma nova redução da Selic para 7,5%.

O Brasil tem passado nos últimos meses por uma política de alívio monetário, ou seja, uma sequência de quedas da taxa Selic. Chama-se alívio porque com taxas de juros mais baixas, o acesso ao crédito é facilitado, ou seja, fica mais fácil o dinheiro circular. Esse atual ciclo de quedas começou em julho do ano passado, quando a taxa Selic estava em 12,50%. De lá até ontem, o Banco Central já reduziu o juro básico brasileiro em 5 pontos percentuais!

Outra novidade é que o nível atual de 7,5% é uma nova mínima histórica. A taxa Selic nunca foi tão baixa no Brasil. Isso é bastante relevante em um país conhecido por seus juros altos. E vocês sabem bem disso, sentem na pele (vejam meu post anterior sobre o endividamento dos brasileiros). Esse novo comportamento do governo mostra que, independente da intenção, existe um empenho em reverter ou, pelo menos, enfraquecer essa fama. Para efeito de comparação, historicamente, a taxa básica de juro brasileira costuma ficar em dois dígitos e chegou a 45% em 1999.

Entretanto, ainda temos um longo caminho a percorrer. Nos EUA, por exemplo, a taxa básica de juro está no intervalo entre 0 e 0,25% ao ano. Na zona do euro, em 0,75%.

É muito comum ligar a política de alívio monetário (queda dos juros) a uma política econômica expansionista, ou seja, que visa estimular o crescimento de um país. Juros mais baixos significam crédito facilitado. Crédito facilitado significa mais investimentos (eu posso pegar um empréstimo para expandir minha empresa a um custo mais baixo, ou seja, pagando juros menores no financiamento). Mais investimentos significam expansão da economia, crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).

  • PIB é a soma de tudo o que é produzido em um país, incluindo bens e serviços.

Para fechar o raciocínio, vamos ver o resultado mais recente do PIB brasileiro? No primeiro trimestre deste ano, a economia do país cresceu apenas 0,2% na comparação com o quarto trimestre de 2011. Se mantiver esse ritmo nos próximos trimestres, a economia crescerá apenas 0,8% neste ano, resultado bem abaixo da meta oficial do governo de expansão de 4,5% em 2013.

Assim fica mais fácil entender por que o governo brasileiro quer reduzir os juros, não fica? E consequentemente também por que EUA e Europa, assombrados pela crise, têm buscado manter suas taxas de juros nos menores níveis possíveis.

A moda agora é o anúncio de novas medidas de estímulo à economia brasileira. A redução da taxa Selic é uma delas, que vem ao encontro da pressão recente para que os bancos reduzissem os juros cobrados de seus clientes. Lembram disso? Outro exemplo é o prolongamento da redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre carros e eletrodomésticos anunciada nesta semana. Menos impostos, menor preço, as pessoas compram mais e mantêm a economia girando.

Amanhã serão divulgados os números do PIB brasileiro no segundo trimestre deste ano. Fiquem de olho! Acompanhando essas notícias econômicas que, aparentemente nada têm em comum, podemos antecipar o que está por vir e nos planejar. E tenham a certeza de que se vocês não estão fazendo isso, têm muita gente fazendo no lugar de vocês e visando interesses que certamente não são os seus.

ATUALIZADO EM 5/9/2012:

O PIB brasileiro cresceu apenas 0,4% no segundo trimestre deste ano. Além disso, a expansão do primeiro trimestre foi revisada para baixo de 0,2% para 0,1%.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Por que o brasileiro está endividado e o que podemos fazer?

Um dos grandes temas eleitorais que marcou o governo Lula e segue forte com sua sucessora (lembrando que estamos em época de campanha de eleições municipais!) foi o fortalecimento da classe média. O poder de compra da população aumentou e consecutivamente o comércio aqueceu, mirando agora não apenas os mais ricos, mas também a chamada "classe média emergente".

Precisamos ficar alertas, entretanto, porque esse maior poder de compra não necessariamente se dá porque os salários aumentaram, as condições sociais melhoraram e a renda foi melhor distribuída. Grande parte desse novo cenário brasileiro aconteceu porque especialmente na última década o crédito está mais acessível, ou seja, ficou mais fácil tomar dinheiro emprestado, financiar carros, abrir crediários...

Logo, esse crescimento da atividade econômica brasileira dos últimos anos foi baseado, em grande parte, em um comportamento não sustentável. É fato: as pessoas compraram mais, mas, para isso, acabaram se endividando muito mais. Os efeitos dessa "conquista" que faz vários políticos encherem a boca nas campanhas eleitorais têm se mostrado evidentes especialmente nos últimos anos.

Um exemplo está hoje nesta matéria do jornal Folha de S.Paulo: Percentual de famílias com dívidas tem 3ª alta e chega a 59,8%. O levantamento considera as dívidas de cheque pré-datado, cartão de crédito, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguros, despesas básicas da tal da classe média emergente.

E para comprovar como esse tema está, sim, entre as principais preocupações do governo, basta lembrar a campanha recente, iniciada pelos bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil), de corte de juros de vários produtos bancários. O movimento acabou sendo, inclusive, acompanhado pelos bancos privados, preocupados com a concorrência, mas também pressionados pelo Ministério da Fazenda.

As dívidas são uma dura realidade de grande parte dos brasileiros nos dias de hoje. Reverter essa situação não é uma tarefa fácil, exige muita paciência e disciplina, mas não é impossível. Veja algumas dicas:


  1. O primeiro passo é, sem medo, colocar na ponta do lápis a soma de TODAS as dívidas acumuladas (cartão de crédito, empréstimo pessoal, crediários) da família;
  2. Checar as taxas de juros de cada uma dessas dívidas. Entre os grandes bancos privados, os juros do cheque especial chegam a 10% ao mês, ou 220% ao ano. Isso significa que se sua conta ficar no negativo em R$ 1.000,00 hoje, daqui a um ano, você deverá ao banco R$ 2.200,00. Mais que o dobro da dívida inicial;
  3. Em seguida, contatar as instituições financeiras e checar qual o valor total da dívida se ela fosse quitada à vista hoje (há uma elevada taxa de juros embutida nos empréstimos, por conta de o pagamento ter ser adiado e não realizado na data da compra);
  4. Fazer uma lista com os gastos mensais da família (alimentação, escola, saúde), como se não houvesse dívidas, desconsiderando todas as parcelas a serem pagas. Checar quanto do orçamento mensal sobraria para o pagamento das dívidas. Por exemplo, uma família que ganhe R$ 4.000,00 e gaste R$ 3.000,00 poderia assumir uma parcela máxima de R$ 1.000,00 para quitar suas dívidas acumuladas;
  5. Pesquisar em diversos bancos as taxas de empréstimos pessoais de juros menores, como o crédito consignado (descontado diretamente do salário). Entre os bancos estatais, as taxas de juro do crédito consignado são de a partir de menos de 1,5% ao mês. A ideia aqui é fazer um único financiamento de TODAS as dívidas acumuladas até hoje (por isso é importante saber a somatória), pagando juros bem menores. ATENÇÃO: O mercado de crédito bancário está muito favorável para o consumidor negociar nos dias de hoje, justamente por conta desse estímulo do governo para a queda dos juros. Já é possível, inclusive, "levar" suas dívidas de um banco para outro que ofereça taxas de juros menores. Fique atento e não tenha medo de pechinchar!
  6. Depois de encontrar a melhor oferta entre os bancos, escolher um período para pagar (o prazo para pagar os empréstimos bancários também aumentou, em alguns casos para até 30 anos) que permita que as parcelas mensais caibam dentro do seu orçamento, conforme apontado no item 4;
  7. Por último e MAIS IMPORTANTE: conter os gastos. Com as dívidas renegociadas, a família pode respirar mais aliviada, mas deve viver em maior economia até as dívidas serem quitadas, para que a situação não saia do controle novamente;
  8. Muitas vezes por conta dos atrasos do pagamento das dívidas, as instituições enviam o nome do devedor para o SPC. Apesar da dor de cabeça (e do telefone que não vai parar de tocar por conta das empresas contratadas para a cobrança), as condições de renegociação de dívidas podem ser muito mais favoráveis. Em alguns casos, as dívidas podem cair pela metade, por conta do abatimento de boa parte dos juros, muitas vezes abusivos.
Não existe mágica. A melhor regra para se possuir uma vida financeira saudável é o planejamento financeiro. Isso, basicamente, significa juntar antes o dinheiro para depois comprar. Obviamente, para a compra de uma casa, o financiamento é bem vindo, mas uma decisão como essa, que comprometerá o orçamento por um longo período de tempo, deve ser muito bem pensada e avaliada.

Para nós, pobres mortais da classe média, a compra de um bem, na maior parte das vezes, deve implicar uma renúncia, ou várias, de outros bens no futuro. Por isso, é importante a participação de toda a família na tomada de decisões financeiras. Afinal, o que é combinado e ponderado antes, não deixa margem para questionamentos e cobranças posteriores. Vale para o dinheiro, vale para a vida.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um espaço para (todo mundo) falar sobre economia

Eu gosto muito de Economia. Sim, gosto mesmo e não sou louca. Minha experiência profissional é amplamente focada nessa área, mas agora, que estou passando por um momento de reinvenção (e vocês podem saber mais sobre isso em outro blog que também estou inaugurando hoje: http://minhafantasticapenseira.blogspot.com.br), eu preferi deixar a Economia bem longe da minha vida profissional.

O problema é que, como acontece toda vez que eu tento tirar a Economia da minha vida, estou sentindo muito a falta dela. Então, a proposta aqui é dupla. Suprir a minha necessidade louca de falar sobre assunto e também mostrar a vocês que qualquer um pode falar sobre isso, ao contrário do que muita gente pensa.

A maioria dos veículos de comunicação apresenta as temáticas econômicas de forma muito complexa e inacessível. Há muitos termos específicos (é verdade!), mas que área não possui? Há muitas dinâmicas próprias, mas o que nesse mundo segue um padrão? Meu grande desafio aqui é justamente desvendar essas peculiaridades e mostrá-las não apenas como monstros. Elas podem se mostrar como temas de discussão bastante interessantes. Acreditem!

Mas a principal parte disso tudo é abrir um espaço de discussão para as pessoas comuns (não loucas, como eu, e que não necessariamente estejam familiarizadas com assuntos relacionados a Economia e Mercado Financeiro) e mostrar a enorme influência que esse mundo paralelo exerce sobre as nossas vidas.

E aí? Vamos lá? Sejam bem vindos!