quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A taxa Selic caiu? - Parte II. Bom para sua poupança!

Na semana passada, falei sobre a nova queda da taxa Selic para 7,5% (lembra? A taxa Selic caiu de novo. E o quico?) e alguns dos impactos desse cenário de queda de juros sobre o crescimento da economia do país. Mas tem mais um fator importante que deve ser analisado nesse contexto: nossos investimentos pessoais. Quem lembra das mudanças nas regras da poupança anunciadas pelo governo em maio?

As novas regras valem apenas para os depósitos realizados a partir do dia 4 de maio. Sempre que a Selic for igual ou menor a 8,5% (como ocorre atualmente), o rendimento mensal da poupança será de 70% da Selic + TR.

  • TR é a taxa referencial. Ela foi criada no governo Collor com o objetivo de dar uma perspectiva para os juros nos 30 dias seguintes. Essa era uma forma de proteção contra a inflação, muito elevada na época, corroendo os retornos dos investimentos. Hoje em dia, a TR é calculada com base na remuneração média dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) de um mês emitidos pelas 30 maiores instituições financeiras do Brasil. Quer saber mais?
  • É importante saber que quando a taxa Selic está abaixo de 8,2%, o valor da TR tende a zero!

Para os depósitos em poupança anteriores a 4 de maio, a regra antiga ainda vale: rendimento de 0,5% ao mês (6,17% ao ano) + TR (que no cenário atual, tende a zero). Na prática, isso significa que quem possui dinheiro na poupança depositado antes do dia 4 de maio, tem hoje um investimento que funciona praticamente como uma renda fixa, com garantia de retorno de 6,17% após um ano.

Já quem deposita na poupança hoje (assim como todos os que aplicaram a partir de 4 de maio), tem um retorno estimado de 5,25% após um ano (70% da taxa Selic, que está em 7,5%, e sem TR, que tende a zero). Precisamos lembrar, entretanto, que estamos em um ciclo de alívio monetário (se você não sabe o que é ciclo de alívio monetário, é porque não leu meu post anterior!), logo novas quedas da taxa Selic não podem ser descartadas.

E você já entendeu o que isso significa? O rendimento da poupança tende a cair ainda mais! O que fazer, então? Fuga da poupança? Fuga para as montanhas? Não necessariamente. Uma reportagem divulgada no Valor Econômico de hoje (veja aqui) mostra que a poupança tem atraído investidores de renda mais alta, com aplicações superiores a R$ 10 mil.

Com a taxa Selic mais baixa, o rendimento de todos os investimentos cuja remuneração está atrelada a essa taxa, como os fundos de renda fixa, o CDB e os títulos públicos, tendem a cair. E vale lembrar que nesses outros tipos de investimento, seu rendimento terá uma mordida do Imposto de Renda e, no caso dos fundos de renda fixa, também da taxa de administração.

Assim, quem tem seu rico dinheirinho na poupança, não precisa, por enquanto, pensar em mexer nele tão cedo se não precisar. Nesse cenário de queda de juros, os investimentos em renda fixa devem continuar pouco atrativos por algum tempo.

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